19 anos de união e solidariedade contra o câncer
Amanhã, dia 23 de setembro a Associação de voluntários Viva a Vida de Itajubá-MG, ira fazer a 4ª Noite Cultural Beneficente, com o intuito de apoiar adultos e crianças com câncer.
Se você puder ajudar a associação de alguma forma é só ligar em algum dos números que estão na imagem a cima. O mundo precisa de iniciativas como essa, e se você pode ajudar de alguma forma não custa nada dar uma força.
CONHEÇA A ASSOCIAÇÃO
A Associação de Voluntários Viva a Vida de Itajubá – que, aliás, preferimos dizer que é “em Itajubá”, porque, ao longo dos anos, a entidade vem se tornando referência assistencial para pacientes oncológicos de diversas cidades de toda a região – nasceu, em maio de 2003, por iniciativa da dona de casa itajubense Ester Vieira Silva.
A motivação que levou à criação da Viva a Vida passa pela batalha da irmã mais nova de Ester, Aparecida, que, em 2001, foi diagnosticada com câncer de mama. Naquela época, a única opção de tratamento era em Varginha, então, Ester passou a ser acompanhante da irmã em todas as viagens para consultas, cirurgias, quimioterapia, radioterapia etc. Elas viajavam em uma Kombi da Prefeitura, sempre lotada, sem conforto, saindo de madrugada e voltando à noite; era, como costumam lembrar, uma batalha contra o câncer e outra contra o cansaço. Mas, além disso, ainda havia a falta de recursos, embora muitos outros pacientes tivessem ainda bem menos que elas.
Quando o motorista do veículo fazia paradas em lanchonetes, a maioria dos pacientes não descia; não por cansaço ou em função de efeitos colaterais do tratamento, mas por estarem com fome e não quererem ver os alimentos que não poderiam comprar.
Muitos pacientes passavam o dia inteiro sentados diante do hospital, em Varginha, esperando a hora de voltar para suas casas, sem ter dinheiro sequer para um cafezinho. Sentiam, ao mesmo tempo, as dores do câncer, da saudade da família, da incerteza quanto à cura e, infelizmente, da fome também.
Ester e Aparecida não tinham dinheiro sobrando – muito pelo contrário -, mas resolveram fazer alguma coisa pelos que tinham menos ainda. Todas as noites, ainda que estivesse cansada da viagem acompanhando a irmã, Ester preparava bolos e outras guloseimas para levar e distribuir na viagem do dia seguinte.
Com a questão da falta de alimentos parcialmente resolvida, ela pode observar outras carências da própria família e das demais com as quais passou a conviver. Todos eram desinformados sobre seus direitos e sobre a doença que enfrentavam; quase todos não podiam trabalhar e, por falta de outra fonte de renda, seguiam para o hospital deixando em casa filhos pequenos para os quais faltavam alimentos, vigilância, carinho, orientação.
Quando deixavam os consultórios dos médicos, a maioria dos pacientes levava consigo prescrições de medicamentos que, é claro, não tinham recursos para comprar. Nas farmácias públicas, quase sempre a informação era de que o remédio estava em falta. Alguns eram bem caros e totalmente inacessíveis; outros nem eram onerosos, pois se tratavam de medicamentos para controle de dor e de efeitos colaterais da quimioterapia, como náuseas. Não custavam muito, mas aos pacientes ficava a certeza de que, quando surgisse qualquer dinheiro, não seria comprado o remédio, mas os alimentos para os familiares.
A ideia de criar a Associação de Voluntários Viva a Vida de Itajubá nasceu assim, ou seja, da experiência pessoal e familiar de sua fundadora. Mas não havia dinheiro, nem conhecimento, nem amigos poderosos, nem influência. Só vontade e solidariedade. Teimosia e ousadia também.
E foi com esse espírito que Ester conseguiu ir entusiasmando outras pessoas – muitas também “testemunhas” das dores do câncer – para dar início à associação, cujo nome e organização foram inspirados numa entidade congênere que também dava seus primeiros passos em Varginha. A mobilização voluntária vista naquela cidade serviu de base para mobilizar o voluntariado itajubense.
A entidade começou suas atividades de forma extremamente modesta. Funcionando em uma pequena sala emprestada pela Prefeitura, a Viva a Vida abriu suas portas para acolher diversos pacientes que precisavam de ajuda para enfrentar o câncer. Faltavam recursos financeiros; havia poucos voluntários; não havia subsídio governamental e as necessidades eram imensas.
Diante das dificuldades – e da certeza de que a causa motivaria toda a comunidade –, a diretoria Associação Viva a Vida decidiu, em dezembro de 2003, intensificar sua campanha pela arrecadação de doações para a sustentação de suas atividades beneficentes. Para isso foi criado o Setor de Tele-Doações. O resultado do contato direto com a população através de ligações telefônicas foi tão expressivo que, pouco tempo depois, em maio de 2004, no primeiro aniversário da entidade, a Associação Viva a Vida teve recursos financeiros para inaugurar sua sede administrativa e assistencial, em um imóvel alugado, na Rua Comendador Schumann, 419, no Centro de Itajubá.
A partir de então, embora tivesse a responsabilidade de manter todos os atendimentos já oferecidos para centenas de adultos e crianças com câncer, a Viva a Vida iniciou uma das maiores mobilizações sociais da história de Itajubá. A meta era construir uma sede própria para a entidade.
O primeiro desafio – comprar um terreno – foi vencido em maio de 2005, no segundo aniversário da entidade. A partir de então, enquanto aguardava a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária para o início da construção, a Viva a Vida prosseguiu arrecadando recursos para sustentar os atendimentos que já oferecia e, ao mesmo tempo, para poupar para as obras do Núcleo Regional de Apoio.
A liberação da Anvisa para que a construção fosse iniciada foi conseguida em dezembro de 2007 e, em fevereiro de 2008, começou a construção do prédio que, depois de pouco mais de 3 anos de obras, teve sua primeira etapa inaugurada em 31 de maio de 2011, durante as comemorações do oitavo aniversário da entidade.
A Viva a Vida, atualmente, atende mais de 600 adultos e crianças com câncer cadastrados em sua sede própria, na Rua José Marques Duarte, 260, Vila Rubens.
Quando estiver totalmente pronta, nos próximos meses, a sede da associação terá cerca de 1800 m2 de área construída. Por hora, os atendimentos são feitos no pavimento térreo que, com 600 m2, permite oferecer aos assistidos serviços como fornecimento de medicamentos, suplementos alimentares, fraldas geriátricas, cestas de alimentos, cestas de frutas, verduras e legumes, leite e outros itens. Também estão disponíveis serviços de fisioterapia convencional e hidroterapia (em uma piscina interna e com água aquecida) e empréstimos de aparelhos, como cadeiras de roda e banho, camas hospitalares, colchões especiais, muletas, andadores e máquinas de auxílio respiratório. Ainda há consultórios para atendimentos de médicos, psicólogos, nutricionistas, enfermeiras e outros profissionais de saúde.
Mas o espaço e os serviços nele realizado logo serão ampliados: o segundo pavimento da sede, cujas obras devem ser encerradas antes do final de 2022, será aberto aos pacientes dentro de poucos meses. Entre os principais benefícios que o novo pavimento poderá oferecer aos assistidos se destacam o salão de oficinas ocupacionais terapêuticas, a consultório de odontologia especializada e uma série de quartos, todos com banheiro privativo, nos quais funcionarão diversos leitos para acolhimento de pacientes que necessitarem de repouso durante as terapias ou para aguardar viagens para tratamento em outras cidades.
O terceiro e último pavimento também está em estágio adiantado de montagem, mas sua finalização e equipagem ficarão para mais adiante, conforme houver recursos financeiros para as obras. O grande desafio, como sempre, é conseguir investir na obra e, ao mesmo tempo, não deixar que algo falte para as centenas de pessoas que dependem da Viva a Vida.
Para sustentar suas atividades assistenciais e terapêuticas a Viva a Vida depende quase que exclusivamente de doações de pessoas e empresas socialmente responsáveis.
LEITE, MEDICAMENTOS E SUPLEMENTOS ALIMENTARES
SÃO OS GRANDES DESAFIOS
A sustentação financeira da Viva a Vida é uma constante batalha, pois a entidade não conta com recursos públicos. Entre os itens que representam os maiores desafios para serem adquiridos – tanto pela quantidade demandada quanto pelo custo, cada vez mais elevado – estão os medicamentos, suplementos alimentares e o leite longa vida.
No caso do leite, por exemplo, são cerca de 1.200 litros distribuídos mensalmente. Grande parte deste total é para amenizar a carência de famílias de pessoas com câncer que, por causa da doença, começam a passar por enormes dificuldades até para manter a alimentação; em muitos casos, se não fosse pela intercessão da entidade, muitos familiares de assistidos poderiam até passar fome.
A entidade também fornece, neste contexto, dezenas de cestas básicas e cestas de frutas, verduras e legumes.